
Rússia não participaria da segunda "cúpula de paz" mesmo se recebesse um convite, diz Lavrov

A Rússia não participaria da segunda rodada da chamada "cúpula de paz" promovida pela Ucrânia, mesmo que fosse convidada, disse o ministro das Relações Exteriores do país euro-asiático, Sergey Lavrov.
Em determinado momento de sua entrevista à agência de notícias TASS, o chanceler foi indagado sobre as recentes declarações do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, que falou sobre a incapacidade da Ucrânia em recuperar territórios perdidos.
"Acreditamos em fatos e não em declarações, especialmente quando se trata do regime de Kiev", disse ele. "Essa figura [Vladimir Zelensky] está constantemente fazendo declarações. Nós, para ser honesto, paramos de segui-las".

O chanceler destacou que, em outubro, foram realizadas reuniões para preparar a segunda "cúpula de paz" sobre a crise ucraniana, planejando convidar a Rússia para dar a Moscou "uma espécie de ultimato". "Deixei claro muitas vezes que não participaremos da 'cúpula de paz', mesmo que recebamos um convite", enfatizou.
- Em meados de junho, a chamada "cúpula de paz ucraniana" foi realizada na Suíça, o que não produziu os resultados desejados por Kiev, já que vários participantes expressaram dúvidas sobre a eficácia do evento sem a presença da Rússia. Moscou não foi convidada para a cúpula devido às exigências de Zelensky.
- Por outro lado, a Rússia tem enfatizado repetidamente que está pronta para dialogar com Kiev. A proposta de Moscou exige que Kiev retire suas tropas das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e das províncias de Zaporozhie e Kherson (anexadas à Rússia após consultas populares em 2022) e reconheça esses territórios, além da Crimeia e Sebastopol, como parte da Federação Russa.
- Além disso, a Rússia exige que a Ucrânia adote neutralidade, não se alinhe militarmente, e garanta a desnuclearização, desmilitarização e "desnazificação" de seu território.