
Venezuela sai em socorro do Brasil e fornecerá energia a Roraima

O Brasil retomou as importações de eletricidade da Venezuela na terça-feira (18), após seis anos, para abastecer Roraima, no Norte do país. A medida busca reduzir custos e diversificar o fornecimento de energia para os consumidores, informou o jornal O Globo.
A operação, aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), tem o objetivo de garantir uma nova fonte de fornecimento para Roraima, o único estado do país que não está integrado ao Sistema Interligado Nacional.
"Após a interrupção do fornecimento de energia da Venezuela para Roraima, o Sistema Elétrico de Roraima passou a operar de forma isolada, sendo atendido majoritariamente por geração térmica a diesel", informou a Aneel.
Desde que as importações da Venezuela foram suspensas em 2019, os consumidores de Roraima passaram a depender exclusivamente da geração termoelétrica local, com combustível subsidiado por um fundo custeado pelos consumidores de energia elétrica no país.
O governo brasileiro autorizou a concessionária Bolt Energy a importar eletricidade venezuelana por R$ 1.096,11 por megawatt-hora entre os meses de janeiro e abril deste ano.

A concessionária deve receber um reembolso de R$ 41,2 milhões por essas operações, utilizando recursos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).
As importações foram retomadas com testes no último sábado, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico.
No domingo, o fornecimento foi brevemente interrompido após um apagão em uma linha de transmissão entre Brasil e Venezuela, mas o problema já foi solucionado, e as importações foram restabelecidas.
Atritos com o governo venezuelano
Apesar de movimentos sociais ligados à base do governo reconhecerem o resultado das últimas eleições na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em dúvida a integridade do processo eleitoral no país vizinho.
Caracas reagiu, classificando a posição brasileira como uma interferência em "assuntos que só dizem respeito aos venezuelanos".
Em entrevista a uma rádio em agosto do ano passado, Lula afirmou que "não aceita" nem a vitória de Nicolás Maduro nem as alegações da oposição, citando "falta de provas".
Ele mencionou que ressaltou "a importância de convocar novas eleições" e cobrou um parecer "sobre as atas".