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Ministro critica demora do Ibama em decisão sobre Margem Equatorial

Alexandre Silveira sugere que presidente do Ibama evita resposta sobre licitação da Petrobras.
Ministro critica demora do Ibama em decisão sobre Margem EquatorialGettyimages.ru / Paulo Fridman

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou nesta quinta-feira (20) a demora do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ao decidir sobre o licenciamento ambiental para pesquisas da Petrobras na Margem Equatorial.

Silveira afirmou que Agostinho não tem “coragem” de se posicionar e reforçar a necessidade de uma resposta rápida, destacando que a decisão pode impactar investimentos no setor.

O ministro solicitou reuniões com Agostinho para discutir o tema, mas alega que não obteve retorno. O Ibama, por sua vez, encaminhou o pedido para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para que também participe do debate. O ministro de Minas e Energia defende que a decisão precisa ser acelerada.

"Eu já fiz o pedido (de reunião), reiterei o pedido, mas não recebi nenhuma resposta do presidente do Ibama", declarou Alexandre Silveira.

Técnicos do Ibama recomendaram a exclusão do pedido da Petrobras para realização de pesquisas na bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá. O parecer técnico, no entanto, não é definitivo. A decisão final cabe ao presidente do Ibama, que pode considerar outros fatores antes de dar seu veredicto.

A Petrobras teve o pedido de licença negado em 2023 e entrou com um recurso, que está em análise no órgão ambiental. Os técnicos responsáveis ​​pela revisão indicaram que não há novos elementos que justifiquem a mudança na recomendação inicial de indeferimento.

No governo, membros como Waldez Góes (Integração), Rui Costa (Casa Civil) e o próprio Silveira defendem que a licença seja liberada antes da realização da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorrerão em novembro, em Belém.

O grupo teme que, caso a decisão ocorra mais próximo do evento, protestos contrários poderão ganhar força.

A Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, pode conter até 30 bilhões de barris de petróleo. A região é considerada estratégica para a Petrobras, diante das recentes descobertas de grandes reservas na Guiana e no Suriname, próximas ao Brasil.