Entregadores de aplicativo realizam protestos em diversas cidades do Brasil

Entregadores por aplicativo promoveram uma série de protestos nesta segunda-feira (31) em diferentes regiões do Brasil. O movimento, denominado "Breque Nacional dos Apps", ocorreu em pelo menos 60 cidades, incluindo São Paulo, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro, noticiou a imprensa brasileira.
Os manifestantes reivindicaram reajustes nas taxas de entrega, melhores condições de trabalho e disposições que garantam maior proteção aos profissionais do setor.
A mobilização contou com paralisações e bloqueios de vias, causando lentidão no trânsito de diversas capitais. Em Porto Alegre, uma motociata percorreu avenidas importantes da cidade, enquanto no Recife houve bloqueios em três pontos distintos. Em São Paulo, os entregadores se reuniram na Praça Charles Miller, e no Rio de Janeiro, o protesto na Tijuca teve confirmado a detenção de 12 pessoas após um confronto com a Polícia Militar.
Reivindicações
Os trabalhadores reivindicam, entre outras pautas, o aumento da taxa mínima para R$ 10 por corrida, além da elevação do valor pago por quilômetro rodado, que passaria de R$ 1,50 para R$ 2,50. Também pedem a limitação das entregas feitas por bicicleta a um raio máximo de três quilômetros, buscando evitar a exaustão dos ciclistas. Outra exigência é o pagamento integral da taxa por cada entrega realizada , mesmo quando vários pedidos são agrupados em uma única rota.
De acordo com o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP), as empresas de aplicativo promovem uma "exploração desenfreada" e uma "das piores precarizações da história do motofrete". A mobilização tem previsão de continuar na terça-feira (1), a fim de iniciar as plataformas por reajustes.
A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa as principais empresas de entrega por aplicativo, afirmou, em nota, que respeita o direito de manifestação e que seus associados mantêm canais de diálogo com os entregadores. Segundo a entidade, a renda média dos trabalhadores cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024, chegando a R$ 31,33 por hora trabalhada.
A Amobitec também declarou apoiar a regulação do trabalho intermediado por plataformas digitais para garantir proteção social aos profissionais e segurança jurídica ao setor.