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EUA pressionam Argentina a romper acordo com a China em troca de apoio no FMI

Washington condiciona novo empréstimo ao fim do swap cambial com Pequim, essencial para as reservas argentinas.
EUA pressionam Argentina a romper acordo com a China em troca de apoio no FMIGettyimages.ru / Marcos Brindicci

Os Estados Unidos pressionam o governo argentino a encerrar o acordo de swap cambial com a China como condição para apoiar um novo empréstimo de US$ 20 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), informou o SCMP.

A exigência foi feita por Mauricio Claver Carone, assessor de Donald Trump para América Latina, que classificou o mecanismo como “extorsivo” e afirmou que manter o swap reforçaria a influência chinesa no país.

O acordo, renovado em junho de 2024 e com validade até julho de 2026, permite ao Banco Central da Argentina acessar renminbi chinês, convertê-lo em dólares e fortalecer suas reservas internacionais. Devido ao histórico do país de instabilidade fiscal e acesso limitado ao mercado global, a linha com Pequim é considerada um dos principais instrumentos para garantir liquidez ao governo.

O apoio dos Estados Unidos é considerado decisivo nas negociações com o FMI, já que o país tem a maior cota de votos no fundo. Apesar do alinhamento ideológico entre Javier Milei e Trump, as autoridades argentinas ainda não conseguiram garantir um compromisso oficial do governo norte-americano.

Luis Caputo, ministro da Economia, e Karina Milei, irmã do presidente, estiveram em Washington nesta semana para buscar apoio. Ainda assim, os encontros não resultaram em avanços concretos.

O especialista Patricio Giusto, diretor do Observatório Sino-Argentino, afirmou que a exigência dos EUA é “irrealista” e que descartar o swap com a China agravaria a situação econômica e diplomática da Argentina. Ele considera a declaração uma tentativa de Washington de explorar o momento de fragilidade do país.

Javier Milei deve viajar à China em maio para participar do Fórum China-CELAC, embora haja incerteza sobre sua presença devido à participação de líderes com quem mantém relações tensas.